quarta-feira, 2 de abril de 2008

Uma merda

O mundo cult vive um grande crise. Dias atrás, a coluna do Ancelmo Gois, no jornal O Globo, informou que em um evento de cinéfilos, no Cine Odeon, o humorista Marcelo Madureira afirmou a frase que dividiu o mundo em dois: Glauber Rocha é uma merda. A notícia pode ser vista aqui (não coloco o link do jornal o Globo porque tem que ter login, etc...) Na verdade, a questão sobre se Glauber Rocha é ou não uma merda é uma questão de cada um. Mas não nego que fico realmente feliz de alguém ter ousado quebrar o dogma, desmistificar o mito, dizer que o rei está nu. Cada um tem que ser livre pra dizer quem acha uma merda, até porque gosto é que nem c*, cada um tem o seu. Vou dar aqui o meu depoimento: depois de tanto ouvir falar em Glauber Rocha, fui assistir a um filme dele, na Videoteca do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Obviamente, optei pela obra-prima, “Terra em transe”. Por sorte, vi numa cabine sozinho, não precisei ostentar nenhuma cara de conteúdo (não que eu a fosse ostentar se a visse numa sessão de cinema, mas enfim...). Creio que não darei outra chance ao Glauber. Um filme chato, pretensamente cult, pretensamente político, no qual não se diz nada com nada e todo mundo finge que entendeu. Na verdade, ninguém entende nada, não é um filme pra ser entendido. Um saco, uma chatice, não pretendo ver nenhum outro filme dele. Glauber Rocha? Uma merda! Aliás, acredito que minhas opiniões sobre o que/quem eu acho uma merda deixaria boa parte do mundo estarrecido. Monteiro Lobato? Uma merda. O Pequeno Príncipe? Outra merda. Clarice Lispector? Uma chata. Martha Medeiros? Outra chata. Paulo Coelho? As colunas do jornal já me bastam pra não ler o resto dos seus escritos. Feliz Ano Velho – do Marcelo Rubens Paiva? Ruim, muito ruim, mas perde pra “O Velho e o Mar” que só não é pior por ser curtinho (não passa de umas 100 páginas). Grease – nos tempos da brilhantina? Um dos piores filmes que eu já vi (talvez perca pra “Terra em transe”?) The Killers? Chaaaaaato, barulho ruim. Monet e Machado de Assis? Ex-merdas (o tempo passa e a gente reconsidera certas opiniões... rsrsrsrs) Como vocês podem ver, tem muita coisa que eu não gosto. O mundo está cheio de coisas boas. E cheio de merda.

edição do dia seguinte (03/04): Esqueci de dizer a merda-mor; essa sim eu acho que causa mais polêmica do que Glauber ou Lispector: Radiohead é uma merda. Pronto, falei.

11 comentários:

Thiago Borges disse...

Glauber Rocha é uma merda =}
hehehehehehehehehe

^^

Anônimo disse...

(igor?)
tive aulas de pessoas me falando que glauber era o kubrick brasileiro. fuck that.
placebo para mim é uma merda. assim como história sem fim, babaloo, comida nordestina, hotel fazenda, bjork, msnbc, casa de avó... daft punk não é melhor que kraftwerk. frank black é tão melhor que cobain. jô soares, faustão, gugu e afins são deploráveis. e eu nunca gostei de bovary.
(eu perdi seus textos no meu último backup. pode me enviar?)
bom te ler. ;)

Igor disse...

Rebeca, sim sou eu! XD

"daft punk não é melhor que kraftwerk." ==> frase do século!

Thiago Borges disse...

Mas é isso mesmo cara! ^^
Não vou escrever o texto pra mim mesmo, seria frieza e egocentrismo demaaaaaais!
Escrevo para os outros, e nada melhor do que ter um retorno bom!

^_^

Fábio Melo disse...

Que Glauber Rocha é uma merda eu concordo. Não sei de onde surgiu essa blindagem de opinião, que não permite que falemos que Glauber Rocha é uma merda. Assista a Deus e o Diabo na Terra do Sol e você vai sair com a impressão de que era uma sessão de tortura, onde Glauber era o carrasco e os atores as vítimas de suas sandices.

Só não concordo muito com você ter dito isso assistindo apenas a um filme dele. Se você leu Monteiro Lobato (não só a história do sítio) e Clarice Lispector tá beleza. Se não, soou como preconceito.

Concordo que o mundo "pretensamente cult" exige que nos tornemos verdadeiros paspalhos. Temos que achar todos os filmes húngaros uma obra-prima e temos que conhecer todos os filósofos pós-modernos poloneses. Temos que fingir que absorvemos alguma coisa passada por uma obra que não significa nada e temos que amar Nietzche acima de tudo.

Os pseudo-intelectuais criticam os "alienados", mas não sabem que alienação é alienação, seja ela cult ou pop.

Excelente texto. E Radiohead é do caralho =P

TemPraQuemQuer

Fábio Melo disse...

Acabo de ver que já fiz 3 posts sobre esse assunto do mundo cult =P

De Repente...

Arte Contemporânea de cu é rola

Ser cultural é...


=P

TemPraQuemQuer

raquel medeiros disse...

fiquei com vontade de escrever algo sobre isso... sobre as grandes merdas que a maioria gosta ou finge que cheira bem.

"arte é arte, ou é merda".

essa é do portinari - que eu não acho lá essas coisas, mas com essa frase ele melhorou no meu conceito. ;)

=***

Beatrix Kiddo! disse...

Eu nunca vi nada do Glauber Rocha, mas sei q nao eh meu estilo...
mas eu tenho que discordar sobre Martha medeiros ser chata, ela escreve coisas fantásticas e concordo (quase) sempre com ela.
Agora que The killers eh uma bosta isso eh uma verdade (tanto eh q so vi juliette and the licks no dia 27 do tim festival)
Paulo Coelho eh um nojo só!

adorei seu post e provavelmente vou ler mais coisas do seu blog... estou precisando de blogs novos p/me entreter...

Ah! eu sou amiga da Barbara.

Unknown disse...

Calma com o Glauber Igor
ele nao teve tanto impacto..mas a cinematografia dele gera discussoes ainda muitíssimo atuais, fora que ele por ser um cineasta autoral tem uma estética muito particular, própria...
Assista Deus e o diabo na Terra do Sol..e despoje seu espírito para a época...Nossa noção de Brasil..digo, a noção identitária.é algo que pulsa nos filmes dele...

Unknown disse...

OUTRA COISINHA GALERA
PESQUISEM O QUE SIGNIFICA O TERMO CULT...
vovó mafalda é cult tá.
fikdik

Jan Träumer (Einmal ist Keinmal - política, literatura, poesia, direitos humanos, reflexões, 1968) disse...

O mundinho cult é uma merda!
Acho que Glauber Rocha nos anos 60 era uma coisa, mas hoje, visto com outros olhos pode até vir a ser considerado uma merda. Diferente de outros cineastas que podem ser considerados atemporais. Glauber está muito colado àquele momento do Brasil. Também acho os seus filmes chatos. O importante é não misturar. Eu acho Vovó Mafalda uma merda, mas isso quase todo mundo acha!
Fil, desculpe-me, mas a noção identitária de Brasil não tem nada com Glauber Rocha. Leia Casa-Grande e Sanzala; Viva o Povo Brasileiro; e um pouco de história. Vai ver que a noção identitária de Brasil se formou antes. Nos anos 60 ela passou por transformações, como sempre continua passando. Mas Glauber mostra mais um Brasil que não quer ser, ou que não tem espaço para ser.