quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

2011: um ano do qual é difícil se despedir!



Não sei pra vocês, mas para mim, 2011 é um ano do qual não quero me despedir. No post restrospectivo do ano passado, eu disse que 2010 tinha sido um ano estranho, mas que 2011 era o ano de correr atrás do que a gente queria pra sempre! Pois foi exatamente isso. 

Sim, houve mudanças. Colhi muitos frutos que nesse ano que está acabando e plantei sementes de árvores gigantescas. De tudo, de tudo, o melhor é o amor! Ah, o amor! Minha vida afetiva é tão boa, meu namoro é tão gostoso; é tudo tão lindo! 2011 foi um ano inundado de amor. Viajei para Campos do Jordão, para Buenos Aires e algumas vezes para São Paulo. Viagens de amor.

Tive um bom ano de trabalho. Fiquei numa empresa estranha, Docas: boa, no fim das contas. mas fico feliz de sair dela. Fiz amigos de verdade lá, pessoas que eu quero levar para a minha vida inteira. Mas termino o ano indo para uma outra empresa, uma empresa que aparenta ser mais séria, e onde as perspectivas de trabalho parecem ser melhores.

Outra coisa ótima foi começar a dar aulas. Primeiro, virtualmente. Depois, presencialmente.  Dar aulas é das experiências mais gratificantes que um indivíduo pode ter, ao menos do meu ponto de vista. É uma experiência ótima, enriquecedora e que, a partir de agora, não me vejo mais sem ser professor. Tenho a estranha sensação de que serei professor para sempre, de um  jeito ou de outro. No fim das contas, acho que vou conciliar a vida de professor com as tantas outras vidas que já concilio.

O Doutorado, meu mérito, que começou no meio desse ano, me deixou mais atribulado do que eu achei que fosse possível, mas as coisas se ajustam de uma forma ou de outra. Estou adorando estar de volta à UFF e à acolhedora cidade de Niterói. Sei que é um investimento importante que faço na minha vida, não só na acadêmica, mas também na profissional, especialmente na perspectiva que tenho de que essas coisas se fundam.

Meus amigos continuam poucos, mas bons. Uns mais perto, outros mais distantes. Alguns que estão chegando agora e que ficarão, ao que tudo indica. As amizades vão e vêm, mas já estou acostumado a fazer amigos das maneiras mais improváveis.

Minha vida literária frutificou muito! Apesar de ter sido um ano de pouca escrita, foi um ano de colher frutos nessa seara. Ganhei muitos prêmios (de contos e de poesias, incluindo um concurso de poesias internacional),e, finalmente, assinei contrato para publicação de um livro de poesias no ano que vem. Além disso, vi um conto meu ser publicado em uma coletânea, e há outros no forno, saindo na coletânea do Clube da Leitura.

O Clube da Leitura é algo de que gosto muito, mas sinto que fica cada vez mais distante. Está difícil conciliar minhas aulas (que acontecem no horário do Clube) com as atividades literárias. Mas pra tudo dá-se um jeito.

Por falar em “dar um jeito”, acho que esse vai ser o norte da minha vida em 2012. “Dar um jeito”. Não no que está errado, porque os erros são poucos e se corrigem no caminho por si sós. Mas dar um jeito no sentido de dar um jeito de fazer tanta coisa, de não me perder no meio das minhas atividades: meu trabalho, minhas aulas, meu doutorado e minha vida de amor, amizade e literatura que corre em paralelo a essas coisas todas.

Mas acho que é possível, sempre é possível.  E 2012 vai ser um ano de encaixes e brechas. O medo maior não é o de não dar certo. O medo maior é o de não caber. Mas cabe, sempre cabe. É só eu parar com essa mania que eu tenho de que ficar inventando coisa pra fazer: vou ter que me equilibrar em 2012, até porque de todas essas coisas, não há nada de que eu possa (ou melhor, de que eu queira) me desfazer. É que se despedir de 2011 é muito difícil, mas 2012, pode vir: tô pronto! =DD

Beijos e abraços a todos!

domingo, 27 de novembro de 2011

UFF, Niterói.



Amar conscientemente alguma coisa, creio, não é muito difícil. Descobrir o amor em coisas, pessoas, lugares, e se deixar levar (às vezes, até demais) é uma coisa que acontece com todo mundo, o tempo todo. Todo mundo tem alguns bons exemplos e eu tenho os meus: UNIRIO, CPII, Botafogo. Falo de lugares (e não de pessoas) porque eu não sou besta: abertura de vida tem um limite. =P

O amor explícito é algo que se vê e se mostra, não se esconde e não deixa dúvidas. Sim, é amor. Mas é claro que é amor. Como eu poderia dizer que não amo a UNIRIO? Todos sabem. Além do fato de eu dizer isso o tempo todo, as pessoas veem, sentem. Como esconder meu sorriso quando ando pelas ruas de Botafogo, sem uma razão específica, só pelo fato de estar em Botafogo?

Mas existe um outro tipo de amor. Esse é um amor inconsciente. E esse amor inconsciente pode se travestir de ódio, raiva, e até de obrigação. É assim com a UFF. E com a cidade de Niterói como um todo.

Houve um tempo (que não acabou tanto assim) em que Niterói era um bode expiatório para todos os meus problemas. Tudo era culpa de Niterói. Era de lá que vinham todos os males do mundo: amaldiçoei a barca, a ponte e tudo que houvesse do lado de lá. Um belo dia, fiz as pazes com a cidade. Mas aí, logo comecei a blasfemar contra a UFF. A UFF virou o bode expiatório da vez. Tudo era culpa da UFF. A UFF me sacaneava, ninguém queria deixar eu me formar, etc... E a UFF fica em Niterói... Por conseguinte, confundir as coisas todas, de novo, foi facílimo. E tome-lhe blasfemar contra a cidade e criar ódio, raiva, etc...

Depois de fazer as pazes mais uma vez, e ficar quase um ano longe de Niterói, eis que me pego de volta aos bancos escolares da UFF. E as reclamações não tardam. Agora é culpa de Niterói e da UFF todo o meu cansaço, toda a minha indisposição pra fazer qualquer coisa. Tem vezes em que eu me arrasto até às barcas, e blasfemo, e reclamo, e digo que não quero. Mas vou.

No fim das contas, um dia me caiu a ficha de que EU NÃO SOU OBRIGADO a ir pra Niterói, e de que estar na UFF é UMA ESCOLHA minha.

Depois desse click de obviedade (porque as coisas óbvias são as mais difíceis de enxergar), consegui perceber que eu estou conseguindo desenvolver um amor genuíno pela UFF. E por Niterói, um amor ainda mais genuíno, porque mais complexo.

Sim, amo tanto Niterói que brigo com a cidade todos os dias, mas sempre me reconcilio. Blasfemo, mas sou feliz quando tomo meu sorvete na Crema & Cioccolato, ou meu iogurte na Cahu do Ingá. Sou feliz à beça. Sou feliz quando pego a barca velha e vou admirando a paisagem da cidade que deixo pra trás ou daquela que meus olhos veem se aproximar ao longe. Eu amo Niterói ainda mais porque não é fácil, e também porque nesse amor eu consigo e posso ser tanta coisa, eu consigo e posso sentir tanta coisa diferente e misturada!

Quando eu digo Niterói, eu falo de 1/5 da cidade, que deve ser mais ou menos o que eu conheço. Mas é suficiente. Vou deixar para que as outras partes me tomem o sentimento aos poucos, os mais diversos.

Agora eu sei que amo Niterói, e digo mais, preciso que Niterói exista. Já me perguntaram se eu moraria lá e a resposta é: provavelmente não. Se eu passar a morar em Niterói, haveria de haver um outro lugar como o Rio de Janeiro ou Petrópolis ou Paquetá que pudesse, de fato, ocupar o espaço simbólico de “um outro lugar”. Minha história de amor com Niterói é construída na porrada, todos os dias, mas tem que ser assim.

Preciso de Niterói pra ser minha tequila, porque licor de chocolate eu já sei onde encontrar.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

por quê?

não é morte
não é doença
nem mesmo coisas do coração

mas cada um tem os seus motivos
pra chorar

domingo, 17 de julho de 2011

Impressões sobre uma tela de Liliana Porter

Liliana Porter - The Resemblance (1979)

A genialidade não é óbvia, nem é um consenso. É impressionante a forma como algumas obras de arte nos tocam de maneira peculiar. E perceber isso é simples: basta ir com um ou dois amigos a uma exposição. Cada um vai dedicar mais tempo a algumas obras, terá mais interesse em algum tipo de estética, ficará mais ligado no posicionamento da luz, no uso das cores, na forma como o artista trabalha com o real e o abstrato, etcétera (adoro escrever etcétera por extenso! :D). Andar com alguém em uma exposição é sempre um descompasso. Pois bem, essa breve introdução é apenas para falar sobre essa obra aí em cima.

The Resemblance (1979), de Liliana Porter. Conheci essa obra no Museo de Bellas Artes, em uma recente viagem que fiz a Buenos Aires no feriado de Corpus Christi. Fiquei quase dez minutos detido nela, andei pela exposição e depois voltei à obra. Fiquei contemplando um tempo mais, e peguei o nome da artista pra ver mais coisas sobre ela depois na internet.

Ela tem um site bacana, mas confesso que não fiquei vendo muito bem as outras obras. Aliás, admito que esta própria obra não me parece tão genial e tão magnânima quando a olhamos na tela de um computador. Mas dentro do museu, vendo a obra em tamanho grande, foi que pude realmente capturar toda a genialidade da obra (ao menos para mim).

A obra é genial, fantástica. É incrível como ela consegue, com uma ideia simples, brincar com o conceito de multidimensionalidade. Na obra, quatro elementos geométricos ( um bastão, uma esfera, um cubo e uma pirâmide) são representados de três diferentes formas. A primeira delas é um esboço a lápis. O esboço está representado em duas dimensões. No esboço, não há noção de profundidade, é apenas uma desenho “chapado” na tela, apesar de conter em si mesmo a ideia de ser um projeto para a terceira dimensão. Logo acima, vemos os quatro objetos retratados em três dimensões. Existem noções de profundidade, luminosidade, e todo o traço da artista nos leva a vislumbrar a tridimensionalidade da obra. Até o momento, podemos fazer a interpretação simples de que o esboço em duas dimensões se transforma no objeto tridimensional. É o projeto que se transforma em objeto, a ideia que se materializa. Mas eis que surge a grande sacada da obra, na minha opinião, que é a terceira representação dos objetos. Nessa última, os objetos estão desenhados sobre uma folha de papel, que “salta para fora”, dando a ideia de uma ortogonalidade em relação ao plano da tela. Nessa última representação, as dimensões presumidas são reinventadas. As formas, que aparecem anteriormente em um projeto de duas dimensões, depois em três dimensões propriamente ditas, aparecem agora novamente em duas dimensões. E a folha de papel, que é naturalmente percebida como um objeto bidimensional (figura), ergue-se e apresenta a sua tridimensionalidade (forma), quase sempre ignorada. Então, o que se tem nessa última configuração são os sólidos subdimensionalizados (são originalmente em 3D, mas apresentam-se como 2D) e o suporte superdimensionalizado (é naturalmente em 2D, mas apresenta-se como 3D). Daí, que temos formas, que agora são figuras, sendo representados sobre uma figura, que agora é forma. E essa representação por si só, não é nem bidimensional, nem tridimensional. É como se ela possuísse duas dimensões e meia. Dessa forma, ela funciona como se fosse o produto derivado de uma fusão das duas obras abaixo (em 3D e em 2D), criando alguma coisa que não é figura e não é forma, não é projeto e não é sólido, não é ideia e não é materialização. É algo que se situa a meio caminho de todas essas coisas, num ponto equidistante de tudo, que só pode ser observado e compreendido em confrontação com as representações anteriores dos quatro objetos. Ah, sim, o mais legal de tudo isso é que a obra foi toda feita com óleo sobre tela, de forma que qualquer percepção sobre a dimensão das figuras e das formas é apenas sugerida pela artista (naturalmente, construída com sensibilidade e apuro técnico), já que a representação na tela possui apenas duas dimensões.

Então foi isso. Foram essas coisas todas que me intrigaram tanto nessa obra e foi essa a genialidade que eu percebi, (da minha maneira, naturalmente) e estou compartilhando com vocês. Não sou crítico de arte, estou longe disso, mas as impressões que certas obras nos causam e os nexos que criamos e damos a essas impressões são fascinantes. E creio ser esse o papel da arte.

Abraços a todos,

Igor

quinta-feira, 2 de junho de 2011

UNIRIO

É impressionante como as relações que a gente tem com certos lugares não dependem do tempo pelo qual o freqüentamos, mas sim, da intensidade das experiências vividas. Ou não. Na verdade, essas relações não têm nada de racional, é só uma questão de sentimento.

E o que eu sinto pela UNIRIO é muito mais do quem um simples apreço: é amor; e isso é um tanto quanto estranho porque não, nunca fui aluno da UNIRIO. Tive até pouco contato em relação a outros lugares, os quais freqüentei por bem mais tempo. Fiquei por 7 anos no CEFET/RJ, mas o que eu sinto por aquela instituição é muito inferior ao que eu sinto pela UNIRIO. Fiquei 2 anos na UFF [e se tudo der certo, pretendo ficar outros 4] e, até o presente momento, o que eu sinto pela UFF também é bem aquém.

A UNIRIO apareceu quando minha “nova vida” começou a se desenvolver, num momento em que eu me descobria, me abria pro mundo. Fui pra São Paulo em um ônibus da UNIRIO e conheci algumas pessoas, que, em sua maioria, passaram. Mas a UNIRIO não passou. Depois minha irmã entrou para a UNIRIO e estuda lá até hoje. Já fui a choppadas e festas por lá e elas são indiscutivelmente as melhores! O público, a freqüência, tudo é bom na UNIRIO.

Agora eu entro na UNIRIO como professor-tutor. Tenho uma turma de alunos à distância e tenho um plantão presencial lá todas as segundas-feiras à noite. Como vocês já podem adivinhar, os outros tutores que ficam comigo no plantão também são ótimas pessoas. Não sei se as pessoas legais vão para a UNIRIO ou se é a UNIRIO que torna as pessoas legais.

A UNIRIO é uma faculdade simples, aparentemente despretensiosa. Existe um mundo de coisas que acontecem por lá, mas tudo corre à boca pequena, é só pra quem sabe. Quem não conhece pensa que se trata de um anexo meio mal-ajambrado da UFRJ, mas as coisas não são bem por aí. Na Urca, um recanto bucólico da cidade, está instalada a UNIRIO, que é pequena, mas está longe de ser medíocre. É referência nos cursos voltados à arte (Música, Artes Cênicas), à saúde (Enfermagem, Medicina, Nutrição) e a algumas ciências sociais aplicadas (Museologia, Biblioteconomia, Arquivologia).

Gosto da UNIRIO hoje já nem sei mais porquê. E é complicado ficar procurando explicações quando o sentimento transcende a lógica... Mas, no fim das contas, o que eu tenho a dizer é o seguinte:
A UNIRIO é só amor!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A Rua Bento Lisboa, paradoxo urbano


A Rua Bento Lisboa, no Catete, é um paradoxo urbano. Pra quem não sabe, a Rua Bento Lisboa é a rua que segue em direção ao Largo do Machado, paralela à Rua do Catete e de mão inversa. A Rua do Catete é a rua principal. Lá estão os bancos, o comércio e é a rua que é “a cara” do bairro. Quem não anda de metrô não sabe da existência da Bento Lisboa, já que a estação fica na Rua do Catete. Aliás, o Rio de Janeiro tem umas coisas engraçadas com isso. A Avenida Rio Branco, a principal rua comercial da cidade, é uma avenida de mão única de seis pistas e com três estações de metrô. Fico pensando que as pessoas que não são do Rio devem se perguntar por onde voltam todos aqueles carros que vão pela Rio Branco. A rua que volta é a Rua Primeiro de Março, menos famosa, menos hype, e com apenas três pistas; paradoxo urbano, não? Mas não estou aqui pra falar deste paradoxo especificamente, venho pra falar da Rua Bento Lisboa, que é, na minha opinião uma das ruas mais paradoxais do Rio de Janeiro.

Explico: a rua começa na Rua Pedro Américo, que por si só, é outro paradoxo. É uma rua que começa no Catete, continua 'virtualmente' dentro de uma favela e ressurge após a favela em Santa Teresa, mantendo o mesmo nome. O pedaço de dentro da favela é só 'virtual' mesmo, não existe; não tem como passar de carro, talvez de moto ou a pé. É uma rua que já existiu por completo um dia, creio, mas nasceu uma favela no meio dela.

Pois bem, a Bento Lisboa, começa na entrada de uma favela, à direita. A próxima esquina, à esquerda, é com a Rua Silveira Martins, que é uma das ruas mais nobres do bairro do Catete, sendo a rua da estação de metrô, do Palácio do Catete, etc... Tem-se mais uma rua à esquerda, a Rua Corrêa Dutra e, logo à direita, novamente, a entrada de uma outra favela, a Rua Tavares Bastos. Depois da Rua Tavares Bastos, à direita, existe um condomínio enorme e de alto padrão, construído recentemente, chamado Quartier Carioca. Este condomínio se situa na pedreira contígua à favela da Tavares Bastos e deu uma dinamizada na rua. O alto padrão do condomínio trouxe para a rua um outro padrão de comércio. Estes novos padrões de comércio e residências passam, então, a coexistir com os padrões anteriormente existentes.

A situação então, se torna bastante interessante. A rua é pequena, deve ter umas seis quadras. Mas comporta duas favelas e um condomínio de luxo. A tradicional Padaria Viriato, na esquina da Rua Tavares Bastos está a menos de uma quadra da padaria hype “Pão Francês”, que é uma espécie de bistrô. Agora a Rua bento Lisboa tem um restaurante de comida japonesa, o Bambu Mix, que convive ao lado de uns botecos muito sujos. A Rua tem um hotel, o Scorial Hotel, que fica em frente a barbearias tradicionais e a um prostíbulo no estilo do Centro da cidade. Além disso, a rua também tem uma creche-modelo, que é uma escola municipal da Prefeitura, novinha em folha. Esta creche fica ao lado de um aviário que tem um cheiro horroroso que, por sua vez, fica ao lado de uma adega muito descontextualizada que, por sua vez, fica ao lado de um hospital.

Em frente ao hospital, existe um brechó e também [coisa raríssima na Zona Sul do Rio de Janeiro], um... posto de gasolina! Junte-se a isso uma Casa & Video, uma loja de aparelhos de audição Aura e um curso de inglês Wise Up. Tem também um salão de beleza com o curioso e escalafobético nome de "Boteco de mulher" [cujo slogan é: "os homens se divertem no boteco, as mulheres no salão." Pra piorar a situação, agora eles inventaram de cortar cabelo de homem também e sabe-se lá o fim que vai levar o nome do lugar e o slogan... rsrsrsrs] 

A rua Bento Lisboa começa na Pedro Américo e termina no Largo do Machado. Pra quem conhece o Rio de Janeiro, sabe que há poucos lugares tão plurais na cidade como o Largo do Machado.

Da lama ao caos e do caos à lama, a Rua Bento Lisboa desponta como uma das ruas mais interessantes do Rio de Janeiro, onde ainda existem velhos cortiços abandonados e casas de ferragens, ao lado de condomínios de luxo e bistrôs.

Andar pela Rua Bento Lisboa é como viver um Rio de Janeiro diferente, mais real. Não é como a Rua do Catete ou a Rua Nossa Senhora de Copacabana ou o Mercadão de Madureira. Nesses lugares, existe um caos que é natural, previsível, quase harmônico.

Mas na Rua Bento Lisboa é aquele outro caos, uma desarmonia mesmo. Algum tempo atrás, ela foi cotada como uma das ruas mais feias do Rio de Janeiro. Talvez fosse. Mas agora, longe disso. Também está longe de ser uma rua charmosa. Mas tem um equilíbrio desarmônico e tênue, muito próprio. E que é bonito. Mas só percebe quem está de olhos atentos.

Obs: ia tirar uma foto da rua, mas peguei essa imagem no Google Street View. Legal, né? =P