Como já disse aqui, eu estava pra mudar de casa. Pois é, me mudei. Continuo morando com toda a minha família, isto é, meus pais, minha irmã e meu irmão. Nosso projeto de mudança é antigo, a gente já queria se mudar há uns dois anos e finalmente conseguimos! Estamos todos muitíssimo felizes. XD Bom, pra quem conhece um pouco do Rio de Janeiro, eu me mudei do Rocha para o Catete, isto é, da zona norte para a zona sul, o que significa uma mudança da água pra vinho: um salto em qualidade de vida, uma mudança de estilo de viver. A zona sul é a zona nobre da cidade. Na zona sul estão as praias, o Cristo Redentor, o Pão-de-açúcar, etc... É o Rio turístico. É também o Rio fashion, cult, moderno, noturno. Enfim, é o filé mignon da cidade. Vcs não fazem idéia (enfim, talvez façam, mas eu não fazia... rsrsrsrs) do quanto é bom ter uma lanchonete 24h na esquina da sua rua! E ter uma estação de metrô pertinho de casa (acesso ao metrô foi um dos grande motivos da nossa mudança). Bom, o apartamento pro qual eu me mudei é maior e tem um quarto a mais. Mas eu continuo dividindo quarto... É, o apartamento tem três quartos, mas a minha irmã ficou com um quarto só pra ela, porque ela é menina, blá-blá-blá. Divido o quarto com o meu irmão de 12 anos, mas hei de convir que é melhor dividir só com ele do que dividir com ele e com a minha irmã (17 anos). Perdas? Sim. Eu morava na zona norte, mas num condomínio com uma senhora infra-estrutura (quadra de esportes, mercearia, bar, pista de cooper, sete prédios de, em média, dez andares, muitas pessoas, alguns amigos, etc...) E me mudei prum prédio bonito. Mas é só isso: um prédio bonito! O que a gente realmente queria era levar o apartamento e o condomínio para a zona sul, mas como não foi possível... Operacionalmente, posso dizer que está tudo um caos. Caixas empilhadas no meio da sala, computador a instalar, inexistência provisória de sofá e de estantes, uma vida um tanto quanto desregrada, lanches fora de hora, etc... Tá dando um trabalho monstro arrumar todas as coisas, ter que dormir até mais tarde arrumando, arrumando e arrumando. Mas tá ficando lindo! XD Ademais, nem me importo de arrumar tanto: to acordando uma hora mais tarde, porque... bem, to indo a pé pro trabalho... =PP
Ê, vidinha chata! =DD
sexta-feira, 28 de março de 2008
terça-feira, 25 de março de 2008
sou a favor
Legalize já, legalize já!
- aborto
- maconha
- drogas
- eutanásia
- união civil entre pessoas do mesmo sexo
- jogo
- redução da maioridade penal
- criminalização da homofobia
- prostituição
- pesquisa com células-tronco
Legalize já, legalize já!
Pergunta que não quer calar: Você é contrário à proibição da venda de armas?
domingo, 23 de março de 2008
A Páscoa
Êta feriadozinho desnecessário. Não poderia ter vindo em pior hora. Veio num momento em que eu absolutamente não estou cansado, isto é, não teria nenhum problema em trabalhar até sexta-feira. As minha coisas estão todas encaixotadas. Isso significa que eu não consegui pegar um livro pra ler, etc... A minha casa está um caos com todas essas caixas espalhadas por todos os lados. Ah é, não falei. Estamos de mudança aqui, vamos nos mudar esta semana, mas faço um post só sobre isso depois. Ademais, uns dias longuíssimos, fastidiosos, amontoando-se uns sobre os outros, como caixas. Parece que estamos há meses nesse feriado que se arrasta. Pra piorar, praticamente não saí de casa: nem nights, nem passeiozinhos diurnos; fiquei aqui, afundado no caos. Sem contar alguns desentendimentos, algumas frustrações, uma terrível sensação de abandono. A boa notícia? Pela primeira vez em anos, ganhei um ovo de páscoa. Meus pais sempre ficaram me tapeando todas as páscoas com coelhinhos de chocolate, caixas de bombom, cenourinhas de chocolate, etc... Ovo de páscoa mesmo, não tenho registro... Ganhei um Alpino, enorme! XD Chocólatra como sou, foi o meu lapso de felicidade destes quatro dias. Feliz Páscoa a todos. Independente de qualquer caráter religioso, ainda assim Feliz Páscoa. Chocolate é sempre bom! XD
sábado, 22 de março de 2008
Algodão-doce
Não me importavam as idiossincrasias da mulher do algodão doce.
Estudos concluídos até à quarta série do ensino fundamental. Um filho aos dezessete, outro aos dezenove e depois ainda mais outro, aos vinte e cinco. Solteira, abandonada pelo marido que fugiu com o dinheiro e o cachorro. Dinheiro juntado, amassado e preso com elástico debaixo do colchão, aumentado a cada mês, até que pôde comprar uma máquina de algodão doce.
A máquina: linda, vultosa, prateada de doer os olhos. O açúcar cristalino virava fios, que se enroscavam no espeto de churrasquinho como em um carretel. E o troço ia tomando forma, a anilina ia dando cor, a embalagem plástica ia deixando aquilo tudo protegido e impermeável e as bolinhas de encher coloridas iam sendo coladas com durex a cada vez. E todos eles iam sendo espetados numa espécie de toco central, a estrutura que, segurada por baixo pelo vendedor, permitia a exposição e o comércio.
Pro Carnaval ela fez o triplo que de costume: trezentos. E o toco central ficara, assim, do dobro da altura costumeira. E o conjunto toco-algodões-doces ficou denso, vistoso, corpulento. E, com pouquíssimos algodões-doces ainda vendidos, ela teve o azar de me encontrar.
Eu passei por ela e pedi para comprar um algodão-doce. “Me vê um azul, troco pra vinte por favor.” “Peraí que eu vou ali no bar trocar, segura pra mim por favor, que eu já volto.” Eu estava já na minha sétima latinha, com outros três amigos, igualmente bêbados e arruaceiros. Saímos correndo por aí. Atravessamos o bloco, pegamos uma rua à esquerda, outra à direita; alguns foliões nos seguiram. O toco de algodões-doces era um estandarte. Desfilamos em marcha rápida. Alguém, a dado momento, ouviu uma patrulha policial ao longe. Distribuímos os algodões-doces, todos. A mulher chegou, chorosa, com cinco policiais, mas todos comíamos algodões-doces e o toco estava lá, sem qualquer espeto, jogado no meio-fio; não seria mesmo possível reconhecer o ladrão.
Estudos concluídos até à quarta série do ensino fundamental. Um filho aos dezessete, outro aos dezenove e depois ainda mais outro, aos vinte e cinco. Solteira, abandonada pelo marido que fugiu com o dinheiro e o cachorro. Dinheiro juntado, amassado e preso com elástico debaixo do colchão, aumentado a cada mês, até que pôde comprar uma máquina de algodão doce.
A máquina: linda, vultosa, prateada de doer os olhos. O açúcar cristalino virava fios, que se enroscavam no espeto de churrasquinho como em um carretel. E o troço ia tomando forma, a anilina ia dando cor, a embalagem plástica ia deixando aquilo tudo protegido e impermeável e as bolinhas de encher coloridas iam sendo coladas com durex a cada vez. E todos eles iam sendo espetados numa espécie de toco central, a estrutura que, segurada por baixo pelo vendedor, permitia a exposição e o comércio.
Pro Carnaval ela fez o triplo que de costume: trezentos. E o toco central ficara, assim, do dobro da altura costumeira. E o conjunto toco-algodões-doces ficou denso, vistoso, corpulento. E, com pouquíssimos algodões-doces ainda vendidos, ela teve o azar de me encontrar.
Eu passei por ela e pedi para comprar um algodão-doce. “Me vê um azul, troco pra vinte por favor.” “Peraí que eu vou ali no bar trocar, segura pra mim por favor, que eu já volto.” Eu estava já na minha sétima latinha, com outros três amigos, igualmente bêbados e arruaceiros. Saímos correndo por aí. Atravessamos o bloco, pegamos uma rua à esquerda, outra à direita; alguns foliões nos seguiram. O toco de algodões-doces era um estandarte. Desfilamos em marcha rápida. Alguém, a dado momento, ouviu uma patrulha policial ao longe. Distribuímos os algodões-doces, todos. A mulher chegou, chorosa, com cinco policiais, mas todos comíamos algodões-doces e o toco estava lá, sem qualquer espeto, jogado no meio-fio; não seria mesmo possível reconhecer o ladrão.
O bloco do algodão-doce completou cinco anos no último carnaval; é um dos mais badalados por aqui.
quarta-feira, 19 de março de 2008
Duas folhas
domingo, 16 de março de 2008
Aula de matemática
Dando continuidade ao post a respeito das coisas que me marcaram nos primeiros anos da escola, falarei de uma aula de matemática. O que marcou dessa vez, portanto, não foi uma aula, mas uma prova. Eu estava na terceira série do ensino fundamental e estudávamos os conjuntos: seus conceitos, propriedades e classificações. Uma das classificações a respeito dos conjuntos era dizer se o mesmo era “finito” ou “infinito”. Foi-nos explicado que finitos são as coisas que podem ser contadas e infinitas, as coisas que não podem ser contadas. E na prova, tinha uma questão mais ou menos assim: “Dentre os conjuntos abaixo, marque quais são finitos e quais são infinitos: a) números naturais; b) maçãs numa cesta; etc...” Um dos conjuntos que estavam lá pra serem definidos era “litros de água do mar”. Eu, muito sábio e muito convicto, tasquei lá: finito! Dias depois, recebi a prova e vi que a questão tinha sido dada como errada. Esperei a correção coletiva, questão por questão e neste item, protestei: “Professora, o número de litros da água do mar não é infinito”. E foi um alvoroço geral na sala porque a professora dizia que era infinito, e todos os alunos (ou quase) concordavam com ela. E os alunos, apoiados pela professora, usavam argumentos do tipo: “Mas você já parou pra contar”, “Você sabe quantos litros tem?” “Cara, o mar é muito grande”. E eu: “Gente, não é infinito. A questão é que nunca ninguém parou pra contar. O conjunto formado pelos litros da água do mar é incontável (eu tinha lido esse conceito numa enciclopédia)”. Eles: “Mas alguém já contou?”. Eu: “Não que eu saiba, mas também não importa. É só alguém se dispor a contar”. Eles: “Mas o cara vai morrer até acabar de contar”. Eu: “Mas essa não é a questão...”. Eles: “Você não sabe de ninguém que tenha contado. Se ninguém, contou, é infinito”. E fim de papo, a correção da prova tinha que seguir. Eu fiquei com raiva, com muita raiva. Porque eu sabia que eu estava certo. E eu discuti a questão com meus pais, comecei a discutir com outras pessoas fora do colégio, a maioria me dava razão. E, depois, o que era uma prova ante à verdade? E daí, se estava errado lá na minha prova se eu tinha a certeza absoluta de que eu estava certo? Depois, essa raiva começou a se transformar numa certa pena: dos alunos, e até da professora. Pena porque eles não entendiam que os litros de água do mar podiam sim, ser contados, bem como os grãos de areia (na verdade, a questão dos grãos de areia é mais complexa, faço um post pra eles depois). Eu, na terceira série do ensino fundamental, tinha pra mim que só três conjuntos eram verdadeiramente infinitos: o Universo, os números e uma reta. Os litros de água do mar, pra mim, continuam sendo perfeitamente finitos. Nesse dia, eu aprendi que os professores não são deuses, não são os donos da verdade. Aprendi a não aceitar de cabeça baixa as informações que me chegavam como sendo verdade.
quarta-feira, 12 de março de 2008
Copacabana
Pretendo dar início aqui a uma série de posts sobre os bairros do Rio (o que pode vir a se tornar mais um dos projetos inacabados desse blog... rsrsrsrs) Começarei por Copacabana. Realmente não consigo entender o fascínio que algumas pessoas têm por esse bairro. Vá lá, existe uma história bonita, um passado de glória e de glamour. Mas o que Copacabana tem hoje? A praia é ruim. É até bonita no cartão-postal, mas na vida real, todo mundo sabe que o Rio tem praias muito melhores. O calçadão e o Copacabana Palace parecem ser as únicas coisas que restaram de um charme que já não se vê mais pelo bairro. Mas o cerne da questão não é o charme. É a degradação. Copacabana é um bairro decadente e degradado. As coisas parecem todas meio envelhecidas, meio descuidadas. Permitam-me a inferência: Copacabana é um bairro feio. E, além de feio, não anda. A Barata Ribeiro, a Nossa Senhora de Copacabana, a Princesa Isabel: o tráfego é comparável ao do Centro na hora do rush. Muitos carros, muitos ônibus, muita gente na rua, muita gente feia na rua, muita fumaça, muita gente morando em muitos prédios. Pela número de habitantes e pela renda média da população do bairro, a quantidade e a qualidade dos serviços prestados deveria ser muito maior. Acredito que os turistas ainda fazem questão de conhecer Copacabana somente pelo peso que o nome carrega, mas é cada vez mais claro pros cariocas que Copacabana é cada vez mais apenas isso: um nome. Mendigos, prostitutas, ricos, pobres, cafajestes, caos urbano, desordem pública. Copacabana é um bairro que mistura tudo, só que sem nenhuma harmonia. Parece que fica tudo amontoado. Copacabana é o bairro que tem o ranço de uma aristocracia decadente. E, a despeito de sua localização (é o centro geográfico da Zona Sul do Rio de Janeiro), configura-se num extenso e fastidioso bairro de passagem, dificilmente alguma coisa diferente disso.
quinta-feira, 6 de março de 2008
Fluidez
bata 5 ovos de codorna no liquidificador
com leite
misture
azeite
alho
farinha de trigo
ilumine o liquidificador enquanto estiver batendo
com luz de neon
olhe para o lado esquerdo
e jogue tudo pelo ralo
da pia do banheiro
sorria
se preferir, chore
a mistura é fluida?
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