terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A/C Mariana (em 12/01/2010)

Estranhamente, sinto que qualquer possibilidade de escrita será vã, infrutífera, mas ainda assim, tento; tento, Mariana, porque nessa vida, o que a gente faz é tentar, desde sempre. Tenta ser legal, tenta ser alguém na vida, tenta ganhar dinheiro. Conseguir ou não, Mariana, é uma questão de sorte e de capacidade, uma aposta que não é cega, mas que também não se permite entrever desde já, uma espécie de corrida de cavalos onde cada cavalo carrega em si uns próprios genes que descambam a corrida prum favoritismo que não é sem propósito, porque os cavalos, veja bem Mariana, são aí esse potencial de ganho, essa probabilidade distorcida que não refuta o azarão que comeu a alfafa premium naquele dia, mas que, simultaneamente, não tira do alazão de pedigree a chance maior de que vença a corrida. A grande questão que é preciso que se entenda é que jóquei não é cassino, Mariana, que corrida de cavalos pode ser muito mais interessante do que um simples jogo de dados onde a probabilidade de que caia o número cinco é sempre de um sexto, e é mais ou menos por isso que eu decidi te escrever, apesar de crer que não dará em nada, porque nunca dá mesmo.

Mariana, no dia três de agosto de dois mil e sete, nós tivemos nosso primeiro encontro, que eu pude chamar de desencontro, porque a única coisa que você fez foi vomitar na minha roupa, eu não sei se você lembra. Era o show do Los Hermanos e, apesar de todo o seu repúdio à banda que acabei por saber muito depois, você continuou sendo a maldita garota que vomitou na minha roupa durante muito tempo. Até que nos reencontramos de novo, no escritório.

Dessa vez, eu aposto que você lembra, Mariana, você estava com um vestido amarelo, muito amarelo e tinha umas flores e uns botões pregados no vestido. Eu tentava disfarçar a minha cara de absoluta gratidão aos céus, não porque você fosse legal ou simpática; na verdade, eu nem te conhecia, você podia ser até chata, ranzinza, mas enfim, agora me havia sido dada finalmente a chance de compartilhar um bom dia, um boa tarde, um almoço ou um café, já que não havia mais essa clausura e essa solidão na sala do escritório, eu mexendo com os arquivos e só. Agora, agora, eu tinha você, Mariana; e durante muito tempo isso me bastou ainda que nos dirigíssemos à palavra apenas esporadicamente, mas era alguém ali, um corpo, um sangue pulsando por debaixo da pele, vida que não fosse traça no meio de tanto papel.

Numa tarde de janeiro, sol e chuva tenazes do lado de fora da janela, perguntei se você lembrava de mim, do show do Los Hermanos. Você disse que tinha ido, que tinha sido um show divertido, que você tinha bebido bastante coisa, mas disse que não lembrava de mim. Eu disse que você tinha vomitado na minha roupa e você disse que talvez por isso não se lembrasse, o que eu achei bastante natural, agora, naquela hora, e isso é de uma naturalidade muito palpável quando as coisas passam e a raiva se dissipa, mas bem você tinha estragado a minha noite e eu sabia, eu lembrava. Mas tolerei. Daí você começou a falar que nem gostava muito de Los Hermanos, que tinha ido porque uma amiga sua, a Ingrid, Íris, não lembro o nome dela agora, tinha te chamado pra ir, mas que o seu negócio era mesmo o heavy metal, umas coisas meio Metallica e Blind Guardian, e que era aficcionada por cultura celta, o que de certa forma, e só naquela hora eu entendi, justificava as suas roupas pretas tão freqüentes.

Um dia a sua mãe morreu. E você mudou. No luto, suas freqüentes roupas pretas foram substituídas por roupas brancas. Nem o vestido amarelo daquele dia eu nunca mais vi. Um rosto sem alegria e sem maquiagem começou a tomar conta do escritório, você se desfigurou um pouco, Mariana, ficou estranha e meio cinza. O fundo do seu computador foi trocado por um lilás pálido, muita coisa sua se perdeu ali, eu sei. Quando a sua mãe morreu, Mariana, você não sabe, mas eu morri um pouco também. Eu morri um pouco dessa morte que você também morreu.

Lembrei, lembrei! O nome da sua amiga era Iníris, um nome tão estranho quanto inesquecível, eu tinha esquecido. A sua amiga era uma das pessoas mais calmas que já conheci. Eu não conheci a sua mãe, Mariana, mas conhecia Iníris, que acabou sendo meio sua mãe e meio sua filha, talvez uma irmã mais velha, mas a Iníris, eu lembro como se ela fosse da família.

O nosso escritório tinha as paredes pintadas de verde e eu tinha que ficar mexendo nos papéis e um dia você meio me ajudar porque, caramba, era muito papel. Documentos da consultoria, documentos contábeis e relatórios gerenciais, até hoje eu lembro de como era a classificação do pessoal lá do escritório, e você me ajudou nesse dia; nesse dia, você discordou também, disse que a parte de documentos da consultoria era muito grande, que deveria ser dividida em duas partes menores, que isso facilitaria o meu trabalho, mas bem, não era uma questão minha assim, nada que eu pudesse mexer, no fundo, acho que talvez eu nem quisesse mesmo mexer nisso porque já era algo que entrava no âmbito das coisas imutáveis, das coisas aceitas como dogmas, inquestionáveis por natureza ou por preguiça e, bem, você bem sabe que elas existem em todas as esferas, inclusive no âmbito profissional, que isso não é só uma coisa de religião e que isso acontece mesmo. Porque as coisas, Mariana, a gente deixas as coisas exatamente como estão, a gente não mexe nas coisas nunca, porque não precisa, não quer ou não pode.

Mas apesar dos documentos da consultoria, Mariana, era sua mãe morta aí, uma lembrança carregada que míngua e se dissipa, mas não se esvai por completo, não se esgota. Suas roupas foram voltando ao preto de sempre, sua maquiagem veio surgindo de leve, mas essas coisas todas sem radicalismo, sem aquela pressa inevitável e insuportável de que as mudanças, ativas ou retroativas, sejam sempre de pronto, revolucionárias e precisas, bem marcadas no tempo.

As paredes verdes do escritório nunca souberam, mas eu e você ali éramos uma espécie de claustrofobia produtiva, a gente se bastava no nosso mundo, quer fosse despojo ou luxo, e, às vezes música e às vezes vômito, éramos nós ali falando mal do chefe, reclamando do café frio e do elevador cheio, vendo as novidades do mundo online e perene da moda, das coisas fúteis, dos lançamentos das roupas e dos novos modelos de óculos escuros.

Fomos virando essa outra coisa um pouco depois que a sua mãe morreu e a gente passou a se encontrar de vez em quando fora do trabalho, lá na casa da Iníris. Foi lá na casa da Iníris que viramos a tríade, que passávamos o dia inteiro jogando Imagem & Ação ou Detetive, ou vendo tevê, ou um filme, ou lendo mas quase nunca, éramos nós três fazendo nada, dormindo pouco, cada vez mais só a gente, pensando nos meios honestos e nos escusos de colocar a Iníris pra trabalhar com a gente, mesmo apesar da sua formação tão anômala, tão discrepante das nossas, porque veja bem, ela fazia Geologia.

Não consigo precisar o exato instante, o momento no qual nossa amizade deslanchou mesmo, Mariana. Eu podia dizer que as coisas começaram mais ou menos quando a sua mãe morreu, mas não foi aí. As coisas começaram quando um dia a gente parou pra conversar sobre qualquer coisa e você me ensinou algumas palavras em gaélico irlandês. Agora talvez fosse a hora de dizer que nunca me esqueci daquelas palavras, Mariana, mas o fato é que as esqueci. Esqueci das palavras, mas nunca do fato. Nesse intercâmbio, eu também te apresentei umas músicas turcas, porque eu tinha uma espécie de fissura pelas músicas turcas. No fundo, eu gostava de tudo que fosse bizantino, eu gostava dos mosaicos e da história também, todo esse lance de Império Turco-Otomano e não-sei-mais-o-quê, mas é que agora eu acabo já nem estudando tanto, porque sabe como é, a vida corre à beça, pulsa por aí, as estradas de iluminação lateral baixa vão sempre desviando e exigindo, fazendo curvas, exigindo do piloto aquela novíssima habilidade que sempre falta. Daí decorre que o prazer, sabe Mariana, esse prazer inútil que a gente tem, do inútil pelo inútil, da música turca, do gaélico irlandês, de ficar dando pão pros patinhos na lagoa e rindo quando eles se engasgam, então, Mariana, é esse prazer que às vezes não dá mais, que tentam tirar da gente a todo custo, como se fosse um crime perder tempo com os patos ou com a contemplação dos olhos do peixe morto no mercado porque a vida vem aí atropelada e ninguém entende porque você não estava fazendo um curso pra aprimorar o seu inglês ou pra se inteirar da última ferramenta novíssima e revolucionária do business, que resolverá eternamente os seus problemas até a pós-novíssima ferramenta do ano que vem.

No show do Los Hermanos, Mariana, eu bebi à beça. Eu cuidei de você, e quem me conhece sabe que eu nem sou muito de fazer essas coisas. Na verdade, eu nunca tinha feito. Esse lance de segurar a sua cabeça, na verdade, o lance de segurar a cabeça de qualquer alguém pra que se vomite sem morrer engasgado com a própria embriaguez, na verdade, isso tudo era uma questão nova pra mim, Mariana. Aliás, era o tipo da coisa que eu sempre repudiei, porque eu durante toda a minha vida fui dessas pessoas que acha que os bêbados têm que se haver consigo mesmos e com a quantidade de bebida que ingeriram, porque bem, a ingestão de bebidas alcoólicas é sempre uma opção voluntária, e as pessoas têm mesmo que se haver com as conseqüências dos seus atos. Se bebeu, ature o vômito ou a ressaca. Se deu sem camisinha, ature o filho. Aqui se faz, aqui paga, Mariana, esse é o meu pensamento. Racionalmente, essas coisas todas funcionam muito bem, a minha cabeça é um enorme mapa mental onde fervem incontáveis esquemas e sinapses e você sabe disso. Na prática, bem, não sei, a prática nunca diferiu muito da consciência, mas naquele momento a minha consciência deu lugar a qualquer ímpeto inconsciente cuja existência eu jamais pude suspeitar, mas que se materializava ali, naquela hora, e fazia com que eu te oferecesse a mão e o braço anônimo, com carinho, apesar da noite fria e apesar do vômito.

Depois eu lembrei que nesse dia a Iníris também estava lá. Ela não tinha os cabelos curtos como agora e ainda usava aquele aparelho, mas era ela sim, tenho certeza. Desde aquele dia eu soube como ela gostava de você, como ela era importante pra você. Pra você, eu sei que que ela é importante. Mas e pra mim? Sabe, Mariana, dia desses eu parei pra me perguntar o que a Iníris representa pra mim. Se eu gosto dela só porque ela é sua amiga ou se eu gosto dela pelo que ela é. Depois, eu desencanei dessa preocupação meio tonta, e descobri que eu gosto e ponto. Quando a gente gosta de alguém a gente tem que colocar menos interrogações e mais exclamações. A gente gosta e ponto. A gente gosta! A gente gosta e a gente aceita, a gente curte.

Você emagreceu, Mariana. Desde que eu te conheço, vejo que você está cada dia mais magra. É só uma constatação. Às vezes, eu acho que você come pouco. Essas suas dietas de arroz integral e sorvete de iogurte light não seguram a onda de ninguém não, Mariana. Eu sei que você parou de comer um pouco, depois que a sua mãe morreu, mas bem, já tem mais de um ano. É verdade que até nos últimos meses você tem mantido o mesmo peso, mas enfim, eu sei que já devo estar enchendo um pouco a sua paciência com esse lance de falar da sua mãe o tempo inteiro, não quero te deixar triste nem melancólica, vou parar então, juro.

Um triângulo tem três vértices, um quadrado tem quatro. Tríades podem sempre virar um quarteto. Às vezes dá certo, às vezes não. O Pablo apareceu numa tarde quando a gente comprava um jornal (eu, você e a Iníris, lembra?, naquela banca de jornal do Largo do Machado, lembra?). A manchete dizia que um tiroteio deixava três mortos e dois feridos na Av. Brasil na madrugada do dia anterior, tremenda falta de assunto. Brasil é sempre assim mesmo. O Pablo era o dono da banca, começou a puxar papo. Perguntou qual a nossa opinião sobre o Lula, sobre o desarmamento e sobre o aborto, tudo isso enquanto atendia os clientes da banca. Parecia aqueles papos meio entrecortados e inconclusos de elevador ou de pedágio.

O Pablo veio pra ficar. E ele revolucionou um pouco as nossas vidas. Fiquei logo sabendo que ele lia Marx e Wittgenstein, era amante da lógica, do comunismo e da Filosofia, dessa mesmo, Mariana, com F maiúsculo, você sabe. Morava num casarão no Lins e ia trabalhar todo dia de carro na banca herdada pelo pai, que era também dono de uma galeria em Botafogo, na Voluntários.

O Pablo não tinha nada demais, Mariana, continuo até hoje sem saber o que você viu nele. Ele começou Engenharia e desistiu. Trocou de curso, foi fazer Filosofia, mas ele ia viver de quê? Desistiu da faculdade e foi trabalhar na banca do pai. Eu tinha um pouco de pena do Pablo, nunca disse isso pra ele. Não por nada, mas é que ele era tão apagadinho, Mariana, mas enfim, não vou criticar, sei que você gosta dele e respeito, ou tento. Na verdade, eu sei que o seu problema são mesmo os caras loiros, principalmente se tiverem dreadlocks no cabelo, essa coisa meio branco querendo ser preto. E o Pablo se encaixava exatamente no seu perfil, eu entendo a sua paixão; ademais, os olhos azuis, enfim, te compreendo, não necessariamente compreendo, mas tento; eu tento, Mariana, confia em mim, eu juro que tento.

Na verdade, Mariana, eu vou dizer a verdade pra você, eu não gosto do Pablo porque ele não fala. Você me conhece e não é de hoje, eu não gosto de gente que não fala, que não demonstra seus sentimentos de nenhuma forma, que não se expressa. Depois daquele dia na banca, nunca mais vi aquela efusão que eu esperava, aquela certeza na argumentação firme, na verdade manifesta ainda que errada. O Pablo sempre foi uma pessoa cuja opinião não se sabia nunca, não se podia conhecer. Um dia, a Iníris disse pra mim (e poucas coisas me são tão caras nesse mundo quanto os comentários sintéticos e contundentes que só a Iníris é capaz de fazer sobre as coisas e as pessoas), que na verdade, o Pablo não tinha nada demais, que era só um pseudo-intelectualzinho sempre refugiado nos seus livros pra não ter que encarar a realidade de frente, que assim era mais fácil. No fundo, era uma pessoa vazia, que pouco acrescentava. As palavras dela, eu lembro até hoje, foram exatamente essas: “Minha opinião sobre o Pablo? Acho que é muito mistério pra pouca coisa.”

Não sei, o Pablo foi uma coisa estranha, Mariana. É como se ele fosse um pouco de tudo, menos do que precisávamos naquela hora. Foi uma cisão, alguma coisa na tríade não virava um quarteto, alguma coisa nossa deixava de ser, alguma coisa estava se perdendo, talvez pra sempre, Mariana, uma amizade, um sentimento, um carinho, todo mundo sabia bem o que estava em jogo, mas pro Pablo nada disso fazia muita diferença porque eis aí Pablo, o forasteiro da banca de jornal que chega agora e não se importa.

Não, Mariana, eu sei que você deve estar achando que eu estou com ciúmes, mas não, não é isso. Ok, não nego que deve mesmo haver uma ponta disso que se chama ciúmes, mas não tem uma definição precisa, ok, um ciuminho de leve, mas é mais que um ciúme bobo e sem propósito, Mariana, você não entende, é muito além disso, eu só quero o seu bem.

Eu sei que você não vê porque está enceguecida pelo Pablo, mas Mariana, eu queria que você pensasse no quão faz mal a mim e à Iníris esse lance que vocês estão tendo, o quanto eu não quero que a tríade vire uma dupla, porque bem, acho que você já entendeu, um quarteto isso não vai virar.

Mariana, armas no chão de minha parte. Quando eu falei de tentar, é isso, Mariana. Eu tento fazer com que você veja, com que você enxergue a burrada que está fazendo. Você está pegando tudo que eu e a Iníris sentimos por você e jogando fora, amassando e jogando no lixo. Você está jogando fora o vômito e o sorriso, o papel e as traças, o café do escritório. Você está fazendo a sua escolha, Mariana.

Todo mundo agora tá indo pra Belo Horizonte, porque BH é isso, porque BH é aquilo, porque tem mais oportunidade e não sei o quê mais. A Cláudia foi fazer um estágio de telecomunicações lá e não voltou mais. O Pablo tá te prometendo mundos e fundos, dizendo que o pai dele conseguiu um emprego pra ele na Google Brasil, mas eu duvido. Tá, tudo bem, pode até ser. Mas você vai ver, Mariana, como as ruas de BH são tristes. A rua mais movimentada e mais alegre de BH se chama Av. Rio de Janeiro. Eu sei, to te falando porque eu já fui pra lá, você lembra, já nos conhecíamos quando isso aconteceu. Você vai sentir saudades e vai querer voltar, mas aí sou eu de um lado (e a Iníris está comigo, você sabe), o Pablo do outro. Você escolhe, Mariana, está tudo nas suas mãos. Sem querer apelar, mas já apelando (e quebrando a própria regra a que me impus), você sabe que a sua mãe jamais deixaria você ir se ela estivesse viva. Só to querendo te dizer que a chance não é igualmente distribuída, que a vida é jóquei, não é cassino, já te disse. To te dizendo que a vida é um jogo e que não basta jogar 23 na roleta sem nenhum critério. Aqui é jogo de cavalo, e até pra jogar no azarão, é preciso conhecer os cavalos, Mariana. E você não conhece o cavalo do seu namorado.

Eu pensei em te ligar, mas é que eu to na Guatemala, e apesar do interurbano não ser tão caro, eu tinha muita coisa pra te falar. Vim aqui pra fazer um curso de duas semanas e nas outras três semanas vou fazer um tour pela América Central. Dentro de menos de um mês eu to no Rio e conversamos melhor quando eu voltar. Só pra constar: os guatemaltecos são um charme com esses bigodinhos, você nem imagina.

Beijos da amiga que te ama,

Jessyca

2 comentários:

Coutinho Sagrada e campos disse...

Belo Horizonte é muito legal...
Eu amo!
Desculpa bisbilhotar. Adorei sua verbosidade.
Carlos Wagner

Anônimo disse...

vi muita gente nesse texto, e não que eu esteja brincando de detetive - ficção é ficção e ponto, ok? - mas porque tem muita coisa de verdade, psique, não sei, e aí fica mesmo real.
gostei muito, espero que continue escrevendo contos, sempre foram os meus preferidos.