domingo, 10 de fevereiro de 2008

Soneto ao pescador

Não há peixe que grite enquanto morre
Trêmulo frente à sedução da isca
Esse engodo a que em vão ele se arrisca
Contra o caudaloso fluxo que corre

Vacilante e veloz como se um porre
Fizesse de suas escamas faísca
É o porvir torpe que já se rabisca
Na vida insensata que já se escorre

E ao vislumbrar o semblante do algoz
Debate-se inconsciente e sem ar
Na instável jangada carcomida

Asfixiado, sem poder respirar
O peixe mudo encerra sua vida
Sem que se possa calar sua voz

2 comentários:

Anônimo disse...

O peixe mudo encerra sua vida
Sem que se possa calar sua voz
Minha parte preferida.
Por essas e outras que sou vegetariana.
N gosto de asfixiar ninguém (sim, peixes são alguém pra mim).
;)
bjus careca

garoto de reticências disse...

E é por essas e outras eu não como peixe. Como já disse a fotógrafa Anna, em CLOSER: 'peixes mijam no mar'. E como mijam!
Mas então: belo blogger! Aqui nesse último post temos algo tocante; no anterior, algo lúdico e agradável à imaginação.
Taí!
Welcomeback!

leia sempre lá que eu lerei sempre aqui, hehehe