quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Morta


Estúpido há de ser o teu mel
amargo. Estúpida tua estupidez
estúpida. Tua burra gravidez
amaldiçoo. Leva teu troféu,

teu rei na barriga. Há de vir do céu
a pena pra tamanha mesquinhez
ou da mão dos homens justos. Talvez
te deem o passaporte pro bordel,

prostíbulo. Volta, filha da puta,
escrota, vade retro picareta
que nunca deveria ter saído

do buraco. Tua arma, essa buceta,
vai parir teu rebento desvalido
pra regares alegre a tua cicuta.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Carapuças



Esse aí da foto sou eu. Essa é a minha foto de perfil no facebook, na qual estou vestindo minha própria carapuça. O mote desse texto é a chatice na qual esse tal de facebook tem se transformado. Não que eu não goste do facebook: pelo contrário, eu adoro. Mas adoro menos a cada dia que passa.

Uma das grandes vantagens das redes sociais, para quem as conheceu no início, era poder compartilhar as coisas com algum grau de liberdade de pensamento, de sentimento e, sobretudo, de expressão. O orkut, nos idos de 2004, era um grande descampado, não tinha nada nem ninguém: uns gatos pingados aqui, outros acolá. E algumas pessoas anônimas entre si (raramente havia alguém conhecido) que iam compartilhando suas impressões e suas visões de mundo nos scraps e nas comunidades.

Existia uma certa cumplicidade entre os membros daquela proto-rede. Era um sentimento gostoso de poder falar o que se queria sem muitos freios, existia uma tolerância e uma margem muito grande para desabafos, confissões, medos e angústias compartilhadas. Mas o ponto que eu quero chegar é: existia uma margem grande para se falar dos outros. Da vida dos outros, da raiva que se sente dos outros, da inveja que se tem dos outros (e da que os outros têm de você). Podia-se falar numa boa da vida que está lá fora. As redes funcionavam como válvula de escape.

É lógico que não se precisa ter vivido a "Era do Orkut" para entender o que eu estou falando. Essa onda de liberdade existiu no início da migração do orkut para o facebook. Existe até hoje razoavelmente no twitter. Existe com algumas restrições em blogs (que já cruzam a fronteira das redes sociais e se constituem essencialmente como outra coisa). E essa coisa do "poder dizer" existe também de forma muito marcante na vida real. Vou dar um exemplo: você tem um segredo para contar. Coisa séria, da sua vida pessoal, que ninguém pode saber (um intercurso sexual de gosto duvidoso, uma traição, um flerte com gente casada, uma admiração pelo Jota Quest, ser de direita, etc.). Tente responder rapidamente: "Qual é a melhor pessoa com a qual essa informação pode ser compartilhada?" A resposta, ao menos para mim, vem ligeira: "Um completo desconhecido, ué!". A vantagem dos completos desconhecidos da vida virtual em relação aos da vida real são várias. Contar um segredo para alguém numa fila de banco pode ser ótimo. Mas contar um segredo para alguém que more a uns 400 km de distância, e que tem um gosto muito parecido com o seu para livros, filmes e músicas, pode ser melhor ainda. Daí, uma opção razoável era ter um grupo de "amigos anônimos", que viam a sua vida, liam suas coisas, se interessavam, opinavam, discutiam. Cheguei a ter "amigos anônimos" muito próximos.

Mas à medida que o tempo vai passando, sua vida virtual vai ficando cada vez mais difícil de ser descolada da sua vida real. À medida que você opta por manter suas opções reais e verdadeiras de nome e sobrenome nas grandes redes, as pessoas vão te achando. O google vai indexando você a tudo que já foi dito ou visto na web. Sua vida vai se tornando um livro aberto, e tudo bem. Nunca tive problemas em relação ao velho-novo clichê de "a vida ser um livro aberto". Meu facebook tem todas as fotos desbloqueadas (assim como o orkut também tinha). Quem não me conhece pode ver o que eu posto, ler as minhas coisas, está tudo aí. Imagino que se algo não deva ser compartilhado ou não deva ficar atrelado ao meu nome, essa coisa simplesmente não está lá, não existe virtualmente.

O problema é que a gente acaba caindo no paradoxo do livro aberto (aqui sim é, de fato, aonde que queria chegar). Quanto mais aberto é o livro, menos coisas tem nele, e menos interessante ele se torna.

Ficou puto no trabalho? Quer matar o seu professor / orientador? Disse alguma coisa para os seus alunos e se arrependeu? Teve uma crise de ciúmes por causa do melhor amigo dele(a)? Guarde para você. Os seus colegas de trabalho, seu orientador, seus alunos, os amigos do seu (sua) namorado(a), estão todos, TODOS, no facebook.

Blablablá, configure sua privacidade, blablablá... Não vai adiantar. A internet está aparelhada. Você está o tempo todo sendo vigiado e controlado na sua vida virtual pelas pessoas da sua vida real. As últimas coisas legais, no que diz respeito às outras pessoas, que consegui compartilhar, foram sobre um taxista preconceituoso e sobre uma massagista que desmarcou comigo em cima da hora. Histórias boas, ótimas, mas que só puderam ser contadas porque NINGUÉM ali tem o contato daquele taxista nem daquela massagista. Apenas duas das talvez trezentas histórias interessantes que eu poderia contar, mas que vão ricochetear em pessoas que existem também em versão online.

E mesmo assim, a gente tem que aproveitar enquanto pode. Cruzando-se e sincronizando-se os dados de gps, celular, local, horário GMT, etc, em breve vai ser possível que eles, os anônimos da vida real, saibam quando alguém os toma como assunto. O antigo "minha orelha está coçando, sinal de quem tem alguém falando de mim" pode ser substituído em breve por uma notificação no smartphone confirmando que, sim, naquele momento tem mesmo algum completo desconhecido falando sobre você.

Menos sinceridade e menos posicionamento político, menos opinião; mais joguinhos, mais páginas impessoais e divertidinhas de humor: é isso que o facebook está se tornando. É muita gente, cada vez mais gente, e esse excesso de conexão entre as pessoas vai atravancando o que quer que se tenha de relevante para se dizer. Com isso, o que nos resta a fazer é ver o facebook (e, por extensão, toda a vida virtual) se transformando em um molho rosé aguado, cópia meio aquarelada e chata da vida real que é feita de pimenta e mostarda. O lado bom disso tudo é que essa chatice funciona como uma catapulta de volta à vida real, às mesas dos bares com poucos e bons amigos, aos encontros na casa das pessoas, aos arquivos em Word "para consumo próprio" que não serão compartilhados nunca; uma catapulta de volta às boas relações, com os outros e consigo mesmo.

Ah, as carapuças? Pois é, as carapuças, quase que me esqueço delas. Uma das formas de fugir das armadilhas da vida virtual seria contar meio-não-contando, contar omitindo os nomes, ou reduzindo os fatos ao não-identificável. Contar omitindo os nomes é quase um tiro no pé, dependendo do que se queira contar. E contar algo pela metade, ou não-dizer dizendo, sempre dará margem a pessoas que tomam para si algo que não foi dito para elas: e estão gerados os famosos mal-entendidos. Experimente colocar alguma coisa dúbia no facebook. Por exemplo, escreva simplesmente "ódio!". O que você vai ver é um bando de gente que não se contenta com informação pela metade. E vai ter uma outra parte (menor, mas ainda considerável) que vai mostrar de alguma forma que "entendeu o recado", seja através de comentários no post, mensagem privada ou ações na vida real. É muita gente vestindo a carapuça.

Só que na vida real, é muita carapuça para pouca cabeça

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Bicicletas



As pessoas na TV e nos jornais ficam propalando a bicicleta como o supra-sumo (ou já seria o suprassumo?) da modernidade. Para ser moderno, antenado, descolado e formador de opinião, você tem que ter uma bicicleta. E de preferência ir ao trabalho com ela. E de preferência morando e trabalhando na Zona Sul. Esse tipo de gente sai na Revista O Globo de domingo.

À parte o fato de não ser branco o suficiente para sair na revista (nem suficientemente preto para entrar na ‘cota negão’ desse hebdomadário), confesso que tem vezes em que me esforço para ser esse cara moderno, antenado, descolado e formador de opinião. Embora a cada dia também menos jovem, o que se configura como um requisito extra, nos outros aspectos satisfaço os requisitos: tenho uma bike, moro e trabalho na zona sul, fui ao trabalho duas vezes de bicicleta. Faltou também uma profissão moderninha como designer, roteirista ou estilista, mas eu não estou aqui para falar das idiossincrasias desse jornal nosso de cada dia (cuja política eu analiso aqui). Vim para falar das bicicletas.

Existe uma coisa que pouca gente fala: o banho. O banho é um tabu. As pessoas de bike suam. E como elas fazem? Não é todo lugar que tem vestiário. E mesmo que tivesse... Tomar banho fora de casa é sempre bastante desconfortável. Você tem que levar seu aparato-higiene (sabonete, xampu, toalha, desodorante, etc). E também uma roupa nova. Ou seja, você tem que levar um peso a mais do que você levaria. E ainda tem aquele clima de ‘vestiário de academia’ que é sempre detestável.

Sempre existe a opção de não tomar banho também. Inclusive, há locais para os quais se vai que não dispõem de vestiário. Se não tiver, ok. Mas se tiver e você optar por não tomar banho, prepare-se para coçar os ouvidos: todos te chamarão de porquinho pelas costas. Mas tendo ou não tendo vestiário, o ônus do ciclista que opta por não tomar banho é: ter que lidar com o próprio suor.

Ambientalmente correto? Sei. No dia em que pensei em vir de bike, mas optei pelo ônibus, pensei (novamente) no banho. Se eu chegar lá e tiver que tomar um banho, será que minha pegada hídrica compensa?

A verdade é que não somos Amsterdam. E não seremos nunca. Vivemos em um país tropical. Essa lógica de ‘bicicleta por todo lado’ funciona bem para quem sai de casa no Leblon e vai pra PUC ou quem sai da Tonelero para ir à praia. Para grandes distâncias, isso tem que ser melhor pensado.

É lógico que bicicleta é legal para um ou outro, eu mesmo adoro! Mas achar que a bicicleta vai ser a solução para o problema viário das cidades é o mesmo que acreditar que a agricultura orgânica e agroecológica vai ser a solução para a produção e o consumo de alimentos no mundo.

Temos poucas ciclovias. Andar na rua é ainda perigoso. Eu moro no Catete e trabalho na Gávea: é longe. Ter que carregar tralhas como capacetes e equipamentos de segurança, além de novas roupas, quando convier, é outro problema.

Outra coisa que me deixa MUITO PUTO são essas MOTOCICLETAS que andam nas ciclovias. São veículos motorizados que deveriam ser proibidos de andar na ciclovia. A tal da bicicleta elétrica e suas variações: lambretas, patinetes e não-sei-mais-o-quê. Sinto-me aviltado quando esses monstros andam em uma faixa que explicitamente é para veículos não-motorizados. Sem contar que também ainda estou pra ver qual é a vantagem: você não pedala (e portanto, não sua). Ok, chega limpinho no trabalho, mas o benefício da bike não é justamente o de se exercitar enquanto se locomove? E essas porcarias NÃO SÃO AMBIENTALMENTE CORRETAS. As baterias carregáveis dessas bicicletas contém metais muito pesados, cuja produção, manutenção e descarte são extremamente nocivos ao ambiente.

Além disso, nossos bicicletários também não são seguros. Sei lá. Deixei minha bike dormir na rua de ontem pra hoje, no bicicletário da FGV, na rua Barão de Itambi. Cara, levaram meu banco e ainda tem uma estaca de madeira presa na minha tranca, sinal de que tentaram tirar minha bike da tranca e levar minha bicicleta. A gente perde a fé na humanidade, sabe. Eu acredito tanto nos homens. Sério, mais do que raiva, eu sinto um profundo desgosto às vezes de acreditar que tem uma galera que faz isso na maior.

Sem falar nas faixas compartilhadas, que poderiam ser uma coisa ótima se as pessoas fossem menos ignorantes. Transformaram esse pedaço da Pacheco Leão até o Baixo Gávea (o paredão do Jardim Botânico) em uma ‘faixa compartilhada’. Como tem muito poucos pedestres nessa calçada (dentre os quais, me incluo), as pessoas passam de bicicleta achando que isso é uma pista expressa. E são grossas, rudes, acham que o erro seu de estar andando na calçada.

Sei lá. Talvez eu repensasse uma série de coisas que estou dizendo aqui. Mas a verdade é que esse lance de roubarem meu selim me deixou meio azedo. E acabei fazendo esse post na contramão.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Por que o CEFET/RJ não vira UNIRIO?




Em primeiro lugar, quero deixar claro que este é meu blog pessoal, portanto, dentro do que se pode esperar em termos de indissociabilidade, essas opiniões não são do Igor professor do CEFET/RJ, e sim do Igor ex-estudante e que tem um carinho grande pela instituição. Essa é uma visão pessoal, portanto; jamais institucional.

Pois bem: para quem não acompanha essa novela há muito tempo, a história é a seguinte: o CEFET/RJ pleiteia há pelos menos dez anos a sua transformação em UTFRJ, Universidade Tecnológica Federal do Rio de Janeiro. No governo Lula, o modelo CEFET foi deixado de lado em detrimento do modelo IFET, Institutos Federais de Educação Tecnológica, que prioriza cursos técnicos e licenciaturas. Todos os CEFETs do Brasil viraram IFETs, exceto três: os do Rio de Janeiro, do Paraná e de Minas Gerais. O CEFET do Paraná virou UTFPR, modelo hoje perseguido pelos CEFETs do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, que continuam sendo CEFETs, os únicos do Brasil.

Nesses CEFETs, a graduação é destaque, de forma que se torna inviável adotar um modelo que priorize licenciaturas e cursos técnicos. Em especial no caso do Rio de Janeiro, a graduação se fortaleceu muito nos últimos quinze anos, com a criação de vários cursos de engenharia, além de programas de pós-graduação. Vale lembrar que os egressos desses cursos de engenharia no Rio não têm dificuldade de se estabelecerem no mercado e a qualidade dos mesmos é facilmente percebida por quem os contrata.

Mas por que o CEFET quer tanto virar Universidade Tecnológica? Em primeiro lugar, o impacto psicológico: quem é do CEFET/RJ sabe que tem um peso enorme estudar em um lugar que comece com U. É sério. Em segundo lugar, a questão da autonomia universitária, da contratação de professores, da criação de novos cursos e da ampliação geográfica da atuação universitária, tudo isso fica cada vez mais difícil à medida que o CEFET/RJ continua operando em um modelo antigo, no qual não se recebem nem os benefícios relativos ás Universidades, tampouco aqueles relativos aos IFETs. Vive-se um estrangulamento político que faz com que se torne muito difícil que os CEFETs do Rio de Janeiro e de Minas Gerais continuem sua trajetória de excelência em ensino, pesquisa e extensão, e isso não é segredo para ninguém.

A solução, óbvia, é transformar o CEFET/RJ em UTFRJ. Simples, não? Não! O MEC tem deixado claro que não quer esse caminho para o CEFET/RJ nem para o CEFET/MG. É lógico que a luta tem que continuar e tem que haver pressão em cima desta alternativa, por parte dos alunos e dos professores.

Mas é preciso olhar a questão com um pouco mais de calma, de forma a tentar entendê-la e pensar em soluções alternativas (é isso que nós, engenheiros, estamos acostumados a fazer). Em primeiro lugar: por que, afinal, o MEC não quer transformar os CEFETs em Universidades? Vamos olhar para os estados. Minas Gerais e Rio de Janeiro  são os estados com a maior quantidade de universidades federais do Brasil. O estado de Minas Gerais tem, acreditem, 11 universidades federais. Além das mais conhecidas como UFMG e UFJF, existem também algumas menos conhecidas como a UNIFAL (Alfenas), UFLA (Lavras), UFU (Uberlândia), etc... No Rio de Janeiro, somos um estado de proporções mínimas e temos 4 universidades federais,. dentre as quais a maior do país: UFRJ, UFF, UFRRJ, UNIRIO. Imagino que a pergunta que o MEC deve estar se fazendo ao recusar a proposta de transformação dos CEFETs em UTFs é: “Será que cabe mais uma universidade federal nesses estados?”.

Pensando nisso, foi que tive a ideia: Por que o CEFET/RJ não vira UNIRIO em vez de UTFRJ? Esta pergunta provocativa do título do post é uma opção que até agora, não vi ninguém considerar.

Se olharmos para as quatro federais do Rio, vamos ver que a UNIRIO é praticamente o complemento do CEFET/RJ: são fortes em humanidades, artes e sociais aplicadas, mas têm pouquíssimos cursos de caráter tecnológico. A única engenharia que eles têm é a engenharia de produção com foco em inovação e criatividade, que não formou nem a primeira turma ainda.

Se o CEFET/RJ fosse absorvido pela UNIRIO, não seria preciso criar mais uma universidade federal no estado, o que aumenta as chances de aprovação pelo MEC. Além disso, cria-se uma UNIRIO mais forte, com direcionamento também para a parte tecnológica.

Os únicos cursos que há em comum entre as duas universidades é o de administração (mas na UNIRIO é Administração Pública e no CEFET/RJ é Administração Industrial) e o de Engenharia de Produção (no CEFET/RJ, sem ênfase; na UNIRIO, com ênfase em criatividade). O curso da UNIRIO poderia ser transformado em Engenharia da Inovação e serem mantidos os corpos docentes de ambas. O mesmo valeria para os cursos de Administração.

Passaríamos a ser o Campus Maracanã da UNIRIO. O Campus Maria da Graça poderia ser a Escola UNIRIO, na qual poderia haver algum modelo de integração entre a formação de licenciados da atual UNIRIO e as aulas dadas na Escola.

Algumas disicplinas optativas da graduação poderiam ser de livre escolha (existentes em outros cursos) tal como é hoje na UFRJ. Dessa forma, o estudante da engenharia poderia fazer uma matéria interessante na Biblioteconomia, ou fazer aulas de canto e violão.

Para quem não sabe, a UNIRIO é uma faculdade relativamente recente e foi formada pela união das Faculdades Isoladas do Rio de Janeiro. Então, a Faculdade de Medicina do Rio (a primeira do Rio), uma Faculdade de Direito e algumas outras se juntaram, e criou-se a universidade. Portanto, para a UNIRIO, a ideia de acoplamento e fusão não é nada nova: é a essência da criação da própria universidade.

Naturalmente, é um processo que burocraticamente não é fácil e tem um custo, inclusive político (condensação de estrutura conduz a um enxugamento de cargos, o que pode fazer com que aqueles que têm cargos hoje no CEFET fiquem meio receosos de perdê-los...). Mas acho que esse custo de mudar ainda é menor do que o custo de permanecermos exatamente como estamos.

O mesmo acontece com o CEFET/MG e acredito que deve haver uma solução parecida de acoplamento, considerando alguma das onze universidades federais de que o estado dispõe.

Algumas pessoas podem argumentar que o CEFET/RJ é uma instituição centenária, de reconhecida excelência, e que é importante ser reconhecido como UTF, etc, etc, etc... Sei que nossa excelência não está no nome (já fomos ETN, ETF, CEFET...), e sinto que esse é o momento de uma mudança radical na estrutura do CEFET.

Eu também quero UTFRJ, caso seja possível. Mas parece não ser. E olhando para o problema de uma outra forma, pensei nessa solução alternativa. Pode ser que isso tudo não passe de um enorme devaneio, mas a cada vez que olho para o problema, mais fico convencido de que essa é uma solução viável e muito boa.

Decidi compartilhar isso, em primeiro lugar, porque acho que as ideias devem ser compartilhadas. Além disso, ainda não falei disso com quase ninguém, e estou querendo sondar a repercussão dela, e principalmente ouvir uma contra-argumentação ou algo que demonstre o quanto isso pode ser absurdo e não-factível. Porque, na boa, já estou começando a achar que virarmos UNIRIO seria até melhor do que virarmos UTFRJ...